Como se faz para prever o futuro? Esta, certamente, é uma pergunta para a qual não existe resposta, e que provoca uma reflexão importante sobre a melhor forma de inovar.
Atualmente, falar de futuro é fácil. Inovação é praticamente um clichê. Se você for observar a forma com que as empresas costumam se vender, a maioria delas se define como “inovadora”, “moderna” e promete “revolucionar” o mercado. Sabemos que não é bem assim, pois o lugar comum em que essas empresas se colocam nem sempre se traduz em filosofia de trabalho e posicionamento estratégico.
Por outro lado, algumas poucas empresas conseguem inovar com verdadeiras novidades tecnológicas ou estratégicas – veja o exemplo da Apple, que colocou no mercado um smartphone com uma boa tela sensível ao toque quando outros fabricantes apostavam em teclados físicos, controles complexos e telefones com flip. Será que Steve Jobs pôde saber com antecedência qual era a tendência naquele momento da tecnologia?
Como se faz para prever o futuro? Esta, certamente, é uma pergunta para a qual não existe resposta, mas provoca uma reflexão importante sobre a forma como enxergamos o futuro, e como o víamos há algum tempo atrás.
O futuro do passado
Quando olhamos para décadas passadas e para a forma como imaginávamos como seria o futuro, geralmente somos confrontados com a nossa incapacidade de acertar previsões tecnológicas e o seu impacto no contexto social das pessoas de cada época. Na década de 40, o presidente da IBM Thomas Watson afirmou “Eu acho que existe um mercado mundial para cerca de cinco computadores, talvez”.
E foi publicado no New York Times, em 1936, que “Um foguete jamais será capaz de deixar a atmosfera da Terra”. Não demorou muito para o foguete alemão V-2 ultrapassar os limites da atmosfera terrestre, façanha repetida pelo primeiro foguete norte-americano em 1046, 10 anos depois da furada no NY Times.
Uma visão clássica do futuro com carros voadores e outros aparatos tecnológicos altamente inovadores é o desenho animado The Jetsons, que começou a ser transmitido em 1962. O futuro pintado neste desenho retrata a sociedade no ano de 2062, mas várias coisas mostradas em suas histórias já fazem parte da nossa realidade: telas touchscreen, esteiras para deslocamento de pessoas e robôs que ajudam as pessoas no seu dia-a-dia, comunicadores por vídeo e uma série de outros aparatos tecnológicos. Infelizmente, não estamos ainda indo para o trabalho em carros voadores e nem temos androides fazendo o nosso café da manhã, mas ainda dá tempo de chegarmos lá.
Outra versão imperdível do “futuro do passado” é aquela retratada em “De Volta para o Futuro”, principalmente porque o “futuro” em questão é o presente ano de 2015. Que tal skates voadores? Já existe um protótipo semelhante ao modelo usado por Marty McFly no filme, mas ele depende de um piso magnético que repele os imãs presentes na prancha, então parece que ainda estamos longe de ver um skate que realmente funcione daquela maneira. Mas o filme acerta em várias previsões sobre como nos relacionaríamos com a tecnologia nos dias de hoje: os dispositivos móveis, usados pelo dr. Brown no ano fictício de 2015 já são parte do nosso cotidiano, em formatos bem mais amigáveis do que foi retratado; os óculos de realidade virtual estão cada vez mais avançados, e iniciativas como a Oculus Rift tornam essa tecnologia mais acessível, simples e barata a cada dia.
Novamente, os carros voadores ficaram só na ficção.
Há também previsões que dão certo. Isaac Asimov, um dos grandes autores de ficção científica do século 20, publicou em 1964 um ensaio prevendo como seria o mundo de hoje. Entre suas previsões, estavam videoconferência ("Comunicação será feita com imagem e vídeo, e você verá e ouvirá a pessoa pelo telefone"), comunicação acessível em qualquer parte ("ligar diretamente em qualquer lugar da Terra, incluindo as estações climáticas na Antártica") e carros inteligentes, que dirigem sozinhos ("Muito esforço será feito para criar veículos com 'cérebros de robô'").
Antes dele, muitos homens também previram tecnologias futuristas. Jules Vernes, autor de livros como "Vinte mil léguas submarinas" e "Volta ao mundo em 80 dias", também tinha visões de como o mundo se tornaria. Muito antes de Asimov, ele já falava de videoconferência, telejornais e naves espaciais. Mas, assim como Asimov, também errou em várias previsões. Um erro de muitos "adivinhos" é não perceber que a tecnologia pode dar saltos, e esses saltos nos levam a lugares completamente diferentes.
A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo
Quando a Apple trouxe ao mercado o iPhone, a Blackberry dominava o mercado corporativo de smartphones, enquanto a Nokia tinha os aparelhos mais adorados do mundo. A briga era acirrada, com a Motorola também muito forte e a Palm dando seus últimos suspiros. Eis que, em 2007, o legendário Steve Jobs vem a público, em plena feira MacWord para anunciar o aparelho que mudaria as regras do jogo:
O que Jobs fez, mais uma vez, não foi anunciar o melhor smartphone do mercado, aquele que seria melhor do que os que já estavam no mercado. Este anúncio representou o início de um novo mercado, de aparelhos que funcionam de forma jamais vista, simples e descomplicados de se usar. It just works, um célebre slogan da Apple, traduz fielmente a forma com que o iPhone deixa seus usuários maravilhados. Ele apenas funciona.
Como podemos observar, naquele momento em 2007 não significava uma profecia sendo cumprida, um futuro imaginado por mentes clarividentes se concretizando diante dos nossos olhos. Era o futuro sendo construído. Novamente, o conceito de inovação sendo provado, uma vez que telefones, acesso à internet, conectividade, tudo já existia, mas neste momento a maneira como se podia usar todos essas tecnologias foi alterada por um único dispositivo.
Este é um dos melhores exemplos para traduzir a célebre frase de Alan Kay, um dos pais do conceito de programação orientada. Kay certa vez falou sobre as previsões sobre o futuro da tecnologia: “Não se preocupe com o que os outros vão fazer. A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo. Pessoas realmente espertar com um capital razoável podem fazer quase tudo que não viole as Leis de Newton.”. Certamente, este é o método pelo qual homens como Steve Jobs e o próprio Alan Kay, que foi um dos responsáveis pelo conceito de laptop e pela arquitetura básica das interfaces gráficas de computadores.
Imaginando o futuro
Aqui na Aqua, estamos fazendo nossa parte para criar esse futuro de alguns segmentos.
O futuro do varejo automotivo é mais tecnologia para apresentar e vender veículos com catálogos interativos em concessionárias e montadoras.
O futuro do varejo é trazer o e-commerce para os pontos de venda, com Showcase Varejo, telas touchscreen e e-commerce integrado ao processo de vendas.
O futuro do marketing imobiliário é com uso de tecnologia. Pode ser com Showcase Imóveis, nosso catálogo interativo para incorporadoras, ou evitando o uso de óculos de realidade virtual.
Temos mais alguns artigos com previsões:
E é assim que se prevê o futuro
Muitas vezes, ficamos presos a pesquisas de mercado, buscando entender consumidores e quais as suas necessidades e desejos, para transformarmos tudo isso em um produto ou serviço que venda muito.
Mas um dos maiores empreendedores de todos os tempos, Henry Ford, sabia muito bem que, muitas vezes, não se trata de suprir as demandas das pessoas, e sim criar novas necessidades para as quais as soluções são únicas.
O Ford T foi o primeiro carro produzido em linha de montagem e foi o primogênito da indústria automobilística. Sobre o seu sucesso, Ford disse: “Se tivesse feito o que meus clientes pediam teria construído uma carruagem com mais cavalos ao invés do modelo T.”
Ford estava mais que certo. Se bem, que, se fosse hoje, nós pediríamos os tão desejados carros voadores...